The Long Way Road

Se de todos os sonhos eu pudesse despertar e ver com meus próprios olhos cada passo que dei ao longo da minha caminhada, talvez eu me surpreendesse com as pegadas que deixei por onde passei.

Algumas estariam mais fundas que outras, nos momentos em que o fardo que carreguei foi mais pesado. Em outras partes talvez nem fossem notadas pelas vezes em que a felicidade me elevou a ponto dos meus pés sequer tocaram o chão.

Em algum trecho além das pegadas eu encontraria a marca profunda de meus joelhos e o desenho das minhas mãos, das vezes em que caí, e rastros dos momentos em que tive que me arrastar para não me entregar.

Claro que em certas partes além das minhas pegadas eu veria outras, de pessoas que caminharam comigo, e hoje não caminha mais.

Amigos, amores, colegas. Não me surpreenderia se em algum momento eu encontrasse círculos, marcas indo e voltando, dos caminhos errados que eu escolhi.

Momentos em que eu não encontraria nada, de coisas que eu prefiro esquecer, que a lembrança me traz uma dor cruel no peito.

Marcas de instantes em que eu parei, sentei e apenas observei os outros passarem, ou simplesmente parei para pensar. Mas a jornada sempre continuou.

A caminhada sempre continua. Eu seguirei, até o dia em que meus passos cansados não puderem mais seguir em frente. Até meus pés se recusarem a continuar.

Até que eu me canse deste caminho e escolha outro.

Mr. Raven Hood