Poeta Silva Freire

Neste mês de setembro, o Estado homenageia um dos principais poetas de Mato Grosso com o evento denominado “Circuito Cultural Setembro Freire”. Se estivesse vivo, o poeta completaria 80 anos.

E aproveito à oportunidade para falar um pouco sobre Bendito Sant’ana da Silva Freire – Poeta Silva Freire – nascido em Mimoso, distrito de Santo Antônio do Leverger-MT, em 20 de setembro 1928, mas criado em Cuiabá desde pequeno.

No arranjo das palavras, registrou os modos de viver e falar característicos do cuiabano em boa parte de suas obras.

Na década de 1950, Freire mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou as faculdades de Serviço Social e Direito.

Conterrâneo do Marechal Cândido Rondon, Silva Freire, foi poeta (seguindo a escola de poesia moderna), advogado (sendo um dos fundadores da Faculdade de Direito de Cuiabá), professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, e ocupou a cadeira nº 38 da Academia Matogrossense de Letras – AML.

Envolvido nos principais fatos da política do Estado de Mato Grosso, por discordar dos rumos ditatoriais tomados pelo movimento rebelde de 31 de março de 1964 e por lutar em defesa do Estado Democrático de Direito, ficou preso 70 dias e teve seus direitos políticos suspensos.

Recebeu diversas homenagens, entre elas, a do Centro Universitário de Várzea Grande- MT (Univag), que deu o nome deste intelectual à sua biblioteca.

Silva Freire faleceu no dia 11 de agosto de 1991, em Cuiabá, aos 64 anos.

Suas principais obras: Meu Chão; Pássaro Implume; As Redes; Os Meninos de São Benedito; Águas de Visitação; Trilogia Cuiabana, publicada em 1991.

Um de seus poemas
(…)
– o espaço converte
converte
a conversa em palavras pintadas de branco

– o espaço
é o branco
na legislação do antebranco

– o espaço em branco:
da morte no espaço
espaço e branco
espaço e/ou branco no abraço
(respiração da cal gestando
espaço em branco)
(…)
(“espaço em branco…”. 1971)